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01/08/2004

Nossa Voz - Representantes debatem Desenvolvimento Sustentável

Opinião

 Investimentos no Semiárido

* Silvio Sant'Ana
Superintendente da Fundação Esquel do Brasil

A idéia de desenvolvimento sustentável ganhou muita força nos últimos anos e, dentro do âmbito governamental e da própria sociedade, tornou-se uma preocupação e mesmo um objetivo a ser alcançado.  Como organização da sociedade civil dedicada a este tema ao longo dos últimos 15 anos, consideramos que o desenvolvimento sustentável é alcançado pelo atendimento simultâneo de demandas atuais (e de gerações futuras) de crescimento econômico, do combate à pobreza e à desigualdade e da preservação, conservação e manejo sustentável de recursos naturais, tudo isto realizado dentro de uma experiência participativa e democrática.   

Ao confrontar esta intencionalidade com as atuais condições do semiárido, percebemos claramente a distância entre o sonho e a realidade. Séculos de descuido engendraram situações econômicas, sociais e ambientais absolutamente indesejáveis.

Obviamente tal situação requer, para sua superação, investimentos importantes tanto do setor público quanto do setor privado. A este respeito, vemos que investidores privados (mais que os governamentais) têm sido os maiores responsáveis pela formação bruta de capital fixo (investimento da região). Ora, em conjunto, tais investimentos, realizados ao longo dos últimos anos, geraram efeitos que configuram a atual situação de insustentabilidade da região: processos de degradação ambiental, ampliação pobreza e desigualdade e baixas taxas de crescimento, criando uma espiral perversa onde, apesar dos esforços e da retórica, as situações se agravam.

Para finalizar queria deixar um desafio para os funcionários e a direção do BNB. É tempo de se adotar critérios mais rígidos de alocação de recursos, pois, sem critérios, estaremos contribuindo para a insustentabilidade.  A proposta é então a seguinte: antes de realizar qualquer operação, o Banco deveria se perguntar se a dita operação reduz a desigualdade e a pobreza, se reduz a degradação dos recursos naturais e se é financeira e economicamente sustentável.  Se a resposta a qualquer um dos itens é negativa, não se deveria realizá-la.

Mais ainda: se a operação aparecer como “não afetando” ou como “neutra” em relação a estes aspectos, a melhor opção continuará sendo não realizar a operação, pois a neutralidade, nestas condições, significa a continuidade dos processos que devemos modificar.

Última atualização: 30/11/-0001 às 00:00:00
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